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A
cor rosa considerada por muitos “a cor de menina” surgiu na escala de cores no
final do século XVII, contudo, já era utilizada muito antes e já era descrita
aparecendo em poemas do período da História antiga, para descrever a aurora ou
nascer do sol, como por exemplo, na odisseia de Homero escrita aproximadamente
em 800 a. C. onde o autor descreve Então,
quando a criança da manhã, o amanhecer de dedos rosados apareceu... Seu
nome vem de uma flor de mesmo nome, sua cor, varia do vermelho, sendo assim
pode-se dizer que o rosa é uma cor vermelha pálida.
Segundo
pesquisas feitas no reino unido e nos EUA o rosa está sempre diretamente ligado
ao charme, polidez, sensibilidade, ternura, doçura, infância, feminilidade e
romântico. Essa cor, quando aparece juntamente ao branco se associa a inocência
e a castidade, já se vier acompanhada do preto ou roxo pode associar-se ao
erotismo e a sedução.
Na
idade media o rosa não era uma cor presente na moda, pois como bem se sabe, o
vermelho aquele bem vivo e triunfante – como o carmesim – era o favorito da
nobreza nesse período. Contudo o rosa começa a aparecer na moda feminina e nas
pinturas religiosas, onde retratava as vestes do menino Jesus, já que a cor
está associada ao corpo de Cristo.
Já
no século XVIII a cor rosa teve o seu auge nas vestimentas europeias. A idade
de ouro da cor rosa foi o período rococó (1720-1777), quando as cores pastel
tornaram-se muito na moda, em todas as cortes da Europa. Foi o século em que,
como dito antes, Paris havia se tornado a capital da mod. A cor Pink foi defendida
por Madame de Pompadour (1721-1764) – amante do rei Luís XV da França(1710-1774),
também conhecido como o bem amado – que combinava azul e rosa em suas peças e
tinha um tom especial de rosa feito para ela pela fábrica de porcelana Sevres, ao
qual era adicionado nuances de azul, preto e amarelo.
Na
Inglaterra do século XIX, enfeites e fitas cor de rosa era utilizado por
meninos, enquanto que homens utilizavam o vermelho. Em sua grande maioria as
roupas infantis do século XIX eram quase sempre brancas já que não havia
surgido ainda pigmentos de grande durabilidade, por isso quando se colocava as
roupas para lavar em agua quente, elas desbotavam facilmente.
No
século seguinte (século XX) a cor rosa tornou-se a mais utilizada e a mais assertiva,
em parte isso se deve ao surgimento de corantes químicos com pigmentos que não se
desfaziam. Elsa Schiaparelli (1890-1973) designer italiana foi a pioneira na
criação da nova onda de rosas estando alinhada com os artistas do movimento
surrealista, incluindo Jean Cocteau. Foi ela a criadora da variedade da cor
rosa: o famoso Rosa choque criado
pela mistura de magenta com uma pequena quantidade de branco. Ela lançou um
perfume chamado Shocking, vendido em uma garrafa na forma de um torso de mulher,
segundo o modelo de Mae West. Suas modas, co-projetadas com artistas como
Cocteau, apresentavam os novos rosas.
Na
Alemanha nazista, nas décadas de 1930 e 1940, os prisioneiros dos campos de concentração
nazistas acusados de homossexualidade foram forçados a usar um triângulo rosa
em seus pijamas listrados para diferencia-los dos demais. Por causa disso, o
triângulo rosa tornou-se um símbolo do moderno movimento de luta pelos direitos
homossexuais. 1
O
rosa passou a ser uma cor sexualmente diferenciadora para as meninas de forma
gradual através do processo seletivo do mercado, nas décadas de 1930 e 40. Na
década de 1920, alguns grupos descreviam o rosa como uma cor masculina, que
equivalia vermelho que era considerado para homens, mas mais leve para meninos –
assim como na Inglaterra do século XIX. No entanto o que ocorria era que, o
comércio têxtil percebeu que as pessoas optavam cada vez mais por comprar rosa
para as meninas e azul para os meninos, assim isso se tornou uma norma aceita na década de
1940.
Em
1953 durante a posse presidencial dos EUA de Dwight D. Eisenhower, sua esposa,
Mamie Eisenhower, usava um vestido rosa, considerado o vestido inaugural do importante ponto de virada para a associação
do rosa como uma cor que se associa diretamente às meninas. A forte afeição de Mamie pelo rosa
levou à associação pública com o rosa a ser uma cor que “mulheres elegantes
vestiam”. Outro importante momento que serviu como ponto para associação do rosa
ao feminino foi o musical americano Funny Face de 1957.
Em
1973, Sheila Levrant de Bretteville criou “Pink”, um cartaz o qual tinha por
objetivo explorar as noções de gênero associadas à cor rosa, para uma exposição
do Instituto Americano de Artes Gráficas sobre cor. Esta foi a única entrada
sobre a cor rosa. Várias mulheres, incluindo muitas no Workshop Feminista de
Estúdio no Woman’s Building, enviaram inscrições para explorar sua associação
com a cor. Bretteville organizou as
praças de papel para formar uma “colcha” a partir da qual os cartazes foram
impressos e disseminados por toda Los Angeles. Como resultado ela foi frequentemente
chamada de “Pinky”.
Durante
muito tempo na história, a cor rosa e também a azul, estiveram em debate como a
cor de cada gênero. Contudo por época houve quem defendesse que o rosa era a
cor dos meninos por ser mais forte e decidido, já o azul era mais delicado e
amável, nos dias de hoje defende-se o contrário: azul para meninos e rosa para
meninas.
De todo modo percebe-se uma dinâmica de cunho machista mudando apenas a paleta de cores, isso se deve ao fato de que seja no rosa ou no azul ou em qualquer outra cor, sempre se defende que o menino deve usar uma cor forte, decidida, vigorosa, para afirmar a masculinidade e a menina deve usar uma cor amável, leve, para que se afirme sua feminilidade. Para finalizar, fica aqui registrado que homem ou mulher, menino ou menina, crianças ou adultos, todos somos livres para usar a cor e a roupa que quisermos livres de preconceitos, tabus, paradigmas e padrões impostos pela nossa sociedade.
Espero
que tenham gostado e até a próxima!
Fonte: https://bit.ly/2Ms4L40
Muito bom texto! Adorei
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